Escabiose (ou sarna)  

Conceito

Parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos. As áreas preferenciais da pele onde se visualizam essas lesões são: regiões interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas anteriores), região peri-umbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais externos nos homens. Em crianças e idosos, podem também ocorrer no couro cabeludo, nas palmas e plantas. O prurido é intenso e, caracteristicamente, maior durante a noite, por ser o período de reprodução e deposição de ovos.

Nome popular

A escabiose humana é comumente conhecida como SARNA.

Agente etiológico

Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei

Transmissão

A transmissão ocorre por contato pessoal, e também pelo compartilhamento de roupas de cama e de colchões infectados pelos parasitas causadores da doença. Eventualmente a transmissão pode ser sexual. A sarna não escolhe sexo, raça ou idade. A falta de higiene pessoal e habitacional facilita a proliferação dos parasitas. Cabe ressaltar que a escabiose dos animais é causada por outros ácaros que não o da variedade humana e raramente há transmissão para o homem.

 Período de incubação

O período de incubação é de cerca de 24 dias ou de 24 horas no caso de reinfestação pelo parasita.

 

Sinais e sintomas

O principal sintoma é a coceira, que em geral é intensa e bastante incômoda, sendo referida com mais frequência durante a noite. Objetivamente presenciam-se na pele sulcos (que representam os túneis onde a fêmea do parasita deposita seus ovos) e lesões do tamanho da cabeça de um alfinete, onde se encontra a fêmea.

A distribuição das lesões cutâneas é característica, afetando principalmente os espaços entre os dedos das mãos, axilas, cintura, nádegas, mamas, pênis e pés. Nas crianças as lesões atingem também a face, as plantas, as palmas, o couro cabeludo e o pescoço. Lesões secundárias podem ser devidas ao ato de coçar e arranhar a pele e apresentam-se principalmente como escoriações, infecções da pele e nódulos, estes geralmente localizados nas regiões genital, inguinal e axilar.

Os casos atípicos incluem:

 - Pessoas que apresentam higiene excessiva e por este motivo apresentarão lesões mínimas que passarão despercebidas.


 - Crianças, principalmente lactentes, nas quais as lesões tipo eczema e urticadas poderão confundir o quadro

 - Idosos, os quais poderão apresentar reações mínimas da pele

 - Indivíduos mal nutridos ou imunodeprimidos que poderão apresentar uma forma extremamente contagiosa, a escabiose crostosa.

Quando o paciente relata que uma ou mais pessoas próximas a ele possuem os mesmos sintomas, o diagnóstico torna-se quase certo. Nos casos atípicos ou naqueles em que há dúvida diagnóstica pode-se recorrer à pesquisa direta na pele.

 

Prevenção

Para evitar a doença:

  - Não use roupas pessoais, roupas de cama ou toalhas emprestadas.

 - Evite aglomerações ou contato íntimo com pessoas de hábitos higiênicos duvidosos.

 - Redobrar os cuidados em aglomeração populacional, como exército, presídios, etc. e, principalmente, em locais de má higiene;

 - Troque de roupas diariamente porque o ácaro sobrevive horas, às vezes dias, fora do corpo;

 - Lave as roupas de uso pessoal, de cama e de banho diariamente;

 - Todas as pessoas que convivem com alguém que tem escabiose deverá ficar

 

Tratamento

O tratamento pode ser tópico ou sistêmico e inclui o uso de substâncias como a Permetrina, Lindano, Benzoato de Benzila, Monossulfiram, Enxofre precipitado, Tiabendazol e Ivermectina.

Permetrim a 5%, creme: uma aplicação à noite, por seis noites. Enxofre diluído em petrolatum deve ser usado em mulheres grávidas. Podem-se usar anti-histamínicos sedativos (dexclorfeniramina, prometazina), para alívio do prurido.

Tratamento do doente: lavar as roupas de banho e de cama com água quente (pelo menos a 55°C); lavar com água quente todos os fômites dos pacientes;

Buscar casos na família ou nos residentes do mesmo domicílio do doente e tratá-los o mais breve possível. A escabiose, raramente, vem como caso isolado, por esse motivo tratar as pessoas que tiveram contato cutâneo com o doente.

Isolamento: deve-se afastar o indivíduo da escola ou trabalho até 24 horas após o término do tratamento. Em caso de paciente hospitalizado, recomenda-se o isolamento a fim de evitar surtos em enfermarias, tanto para outros doentes, quanto para profissionais de saúde, especialmente em se tratando da sarna. O isolamento deve perdurar por 24/48 horas, após o início do tratamento.

Cada caso deve ser avaliado separadamente, pois todas estas medicações apresentam efeitos adversos e restrições, devendo ser indicadas somente por um médico.

Eventualmente, nem mesmo dentro de uma mesma família é possível usar o mesmo medicamento, pois crianças, gestantes, pessoas com problemas neurológicos ou outras doenças associadas podem ter seu uso contra indicado.